Carta ao Peixe/ Writing to Mr.Fish

«Deus não nos deu um espírito de cobardia, mas um espírito de poder, de amor e de bom juizo.» «For God hath not given us the spirit of fear; but of power, and of love, and of a sound mind.»

Saturday 25 November 2006

em jeito de bilhetinho


Querido Peixe,

Enquanto escrevo a próxima carta e porque passo mais tempo a deixar glossas na herdade da Miss Always, deixo-lhe uma fotografia da entrada do Museu Nacional de Arte Antiga, vulgo Museu das Janelas Verdes.
No passado domingo, fui ver a exposição "Frei Carlos" e aproveitei o sol: sentada num banco do miradouro pensei que, se calhar, até seria bom morar por ali e ver o Tejo todas as manhãs...

Sua
Ser estrelita


Thursday 23 November 2006

The office

(faço mais uma pausa no trabalho...)

Querido Peixe,

Deixo-lhe uma foto minha e da Super-fôfa para que saiba que os nossos dias são pura diversão e que às vezes fazemos pausas para trabalhar, mas só às vezes para não nos cansarmos muito...
Sua
S.Star

Tuesday 21 November 2006

e guardam segredos coloridos


(apenas se ouve o barulho do computador e o som das teclas…)

Peixinho querido,

Ainda é terça-feira e já a minha semana se contabiliza óptima: ontem, almocei com a Miss Always e estar com ela é sempre, e no mínimo, fascinante; e hoje, reencontrei alguém cuja impressão que me causou foi tão boa que o guardei, qual tesouro que se protege num lencinho branco.
Fez já um ano-e-uns-mesinhos que o conheci e foi numa circunstância completamente diferente – candidatei-me a um emprego e ele entrevistou-me. Teria sido mais uma entrevista a juntar a tantas outras se não fosse o sr. Mac ter surpreendido esta peixinha-sempre-à-procura-de-surpresas.
E, quando saí da entrevista, recordo-me de pensar que gostaria de conversar outra vez com aquela pessoa que ficava para trás da minha vida a cada passo que me afastava do edíficio.
Pois não é, peixinho-meu, que Deus sabe mesmo tudo e está mesmo atento a tudo?!
Adivinhe lá quem foi o brand manager que hoje se reuniu comigo e com a Superfôfa?! Ora nem mais!
Sabe bem que gosto muito de conversar e de conhecer pessoas, mas há pessoas com quem apenas conversamos, e outras que apenas conhecemos; porém, há pessoas com quem conversamos para as conhecer e que conhecendo-as queremos conversar mais-e-mais.
É que estas pessoas são bonitas, e giras, e bem-dispostas, e interessantes, e guardam segredos coloridos.

Que o sr. Mac, e a Super-fôfa, e a Miss Always, e o sr.dr., e a mami, e a mana, que todos saibam o quanto eu aprendo com eles a ser melhor e que, cada um ao seu jeito, é um sorriso de Deus (só para mim).

Ser estrelita

Saturday 18 November 2006

Deveria ser este blog em inglês?

(continuo a ouvir Intimidade, daqui a pouco vou pegar nos lápis-de-aguarela e desenhar uns anjinhos para oferecer no natal)

Peixe-meu,

Esta semana e por duas vezes, consegui chegar a casa a tempo de fazer um lanche antes do jantar: sentada no sofá, bebendo chá marriage frères acompanhado de bolo-rei torrado.
Liguei a televisão e, depois de ver o que estava a dar no canal AXN, resolvi dar uma espreitadela à SIC Mulher. Programa da Ana Marques com três convidados, todos eles estrangeiros a viver em Portugal. Uma francesa, um norte-americano e uma jugoslava (ou checoslovaca, não percebi). Ora, deixa cá ver o que dizem eles, pensei eu enquanto me deliciava com mais um golinho de chá.
Não fora o chá ser marriage frères e o bolo ter brinde como os bolos-rei de antigamente, estaria o meu lanche estragado.
Pergunta-me por que razão, peixinho, pois então, esta gente vem viver para Portugal por livre escolha (suponho eu) e tem o descaramento de criticar ao vivo-e-a-cores este país que, a bem ou mal, os acolhe?!
Se não convivesse diaramente com um estrangeiro talvez fosse mais tolerante à crítica, mas isto de ouvir dia após dia que os portugueses nada valem satura, caramba!
A bem dizer, não são só os portugueses que têm de ter uma paciência “à prova de bala” – à excepção dos norte-americanos e dos ingleses, o resto do mundo é preguiçoso e ignorante, incompetente e desqualificado para qualquer tarefa, sem pingo de cáracter nem de inteligência.
Opá!, eu cá sou latina, do género “posso bater no meu irmão, mas mato quem tocar na minha família” e estou a ficar e-x-a-s-p-e-r-a-d-a!
Agarre-me!, agarre-me senão eu vou-me a eles, estou a dizer-lhe!
Mas, se isto aqui no Portugalinho é tão mau, por que não regressam eles à pátria? Antes, e se a pátria é o melhor lugar do mundo, ventre de mentes brilhantes e de corpos capazes, por que razão emigraram eles?
Já disse, agarre-me! Agarre-me, que ainda me desgraço!
E já reparou que, ao contrário dos emigrantes do resto do mundo que começam do nada e sobem na vida, estes imigrantes são tão especiais quanto o mais banal cidadão de qualquer parte do resto do mundo?!
Pronto, agora é que me desgracei!

Mas, enquanto os cowboys não me apanham, vou beber mais um chá* e continuar a ouvir Pedro Abrunhosa no sistema de som Sony, vou pôr em dia a leitura de Salman Rushdie e preparar os lápis-de-aguarela Caran d’Ache.

S.Star
* O chá foi levado para a corte inglesa pela princesa D.Catarina de Bragança aquando do seu casamento com Carlos II em 1662.

Deixas em mim tanto de Ti


(há alturas que as palavras dos outros são o nosso sentir…)

(…)
Não sei quanto tempo fomos,
nem sei se te trago em mim,
sei do vento onde te invento,
assim.
Não sei se é luz da manhã,
nem sei o que resta em nós,
sei das ruas que corremos sós,
porque tu

Deixas em mim
tanto de ti,
matam-me os dias,
as mãos vazias de ti.
(…)

Pedro Abrunhosa, Intimidade e Momento

Intimidade


Querido Peixe,

Esta segunda-feira, recebi uma presente que muito-e-tanto me agradou, fiquei feliz tal criança a desembrulhar uma prenda de natal ou de aniversário.
E se há momentos em que gosto de trabalhar na empresa este é um deles – ir a uma reunião e ser surpreendida pela ternura da pessoa que me recebe.
Por isso, peixinho-dourado, estimarei para sempre esta “Intimidade” que a Patrícia me deu.

Porque a saudade também é música,
Sua S.S.

Sunday 12 November 2006

Castanhas assadas e Moscatel de Favaios

(escuto The Gift, enquanto bebo chá de hortelã-pimenta; são 15h12 e o Sol já está cansado… tenho saudades do verão…)

Peixinho meu,

Há já alguns dias que ando para lhe contar que temos uma nova colega mas, como vem sendo (mau) hábito, descurei-me na atenção que merece, ó shame on me!
Como não há mal dure para sempre, mato 2 coelhos numa só carta e conto-lhe também que a bébé do Herberto nasceu na quinta-feira, dia 9 de Novembro – parabéns aos papás!
Assim que tiver uma fotografia com a nossa super-bébé envio-lha para que saiba quão linda ela é.
Já a nova colega não precisa de apresentações, pois conhece-a… até trabalhou com ela no jornal, é a CG da Política! Recorda-se? Pois claro, eu bem disse à CG que se lembraria dela!
Clichés à parte, o mundo é tão pequenino que quando se zangam as comadres descobrem-se as verdades e reecontram-se memórias :) .
Pois foi, um dia e sem nós darmos por isso, eis que a CG passou a dizer-nos todos os dias “Bom dia”, ou “Boa tarde”, e a sentar-se na sala da redacção da revista. Quando regressei de férias em Setembro, disse ao FVF que sentia saudades de quando se ouvia por todo o escritório a agitação das ideias-a-ferver na redacção. Já pode imaginar o quanto gostei de ter a CG connosco!
Como ela é muito-muito parecida com a D. Herrero Inácio, senti de imediato uma empatia por esta menina de olhos grandes e de aparência frágil.
Não sei se ela é má como as cobras, ou se é fiel como um cão, ou se chorará lágrimas de crocodilo, sei apenas que gosto dela, que tenho vontade de a abraçar como tantas vezes-e-mais-vezes abracei a D. Herrero Inácio; sei que fiquei surpreendida quando olhei para as mãos dela e vi força e determinação; sei que, de cada vez que falo com ela, pergunto-me qual o mistério que esconde (quem disse que a curiosidade matou o gato não conhecia os Peixes) e que fiz um esforço sobre-humano para não chorar quando ela me disse que o pai faleceu no ano passado.
E sei que, qual gato dengue, hei-de continuar a seduzi-la com o chá-das-cinco até que me afague o pêlo – e, ainda que se escalde, também o Peixes tem sete vidas e cai sempre de pé!

Venha jantar comigo, castanhas assadas até rebentar e Moscatel de Favaios (acabou-se o vinho do Porto) até cair p’ró lado! E viva a festa brava!!!

S.Star

Praça da Alegria



Querido Peixe,
O jardim Alfred Keil está florido... bonito, não é?
Apesar do barulho, do trânsito e dos prédios que caiem de velhos, esta zona é privilegiada: em frente e do outro lado da avenida, o jardim do Torel; atrás, o jardim de S. Pedro de Alcântara e o jardim do Príncipe Real.
Todos têm bancos, por isso não há desculpa para usufruir da vista, dos passarinhos, da sombra, do sol, da companhia dum amigo.

S.Star