Carta ao Peixe/ Writing to Mr.Fish

«Deus não nos deu um espírito de cobardia, mas um espírito de poder, de amor e de bom juizo.» «For God hath not given us the spirit of fear; but of power, and of love, and of a sound mind.»

Friday 8 September 2006

O Prejuizo

(de unhas pintadas de fresco, ouço Billie Holiday enquanto digo pra mim mesma que amanhã hei-de conseguir atravessar, sã-e-salva, o casamento da M. e do L. nas mules)

Meu Peixe,

Depois de ter almoçado com a prima e no regresso a casa, entre pára-arranca do autocarro, dei por mim a questionar se serão os preconceitos que impedem as pessoas de agarrarem a felicidade ou se serão as pessoas que têm medo de ser felizes. E se tanto os preconceitos como o medo de ser feliz não são apenas uma carência (arrisco ausência) de amor?
Hum… preconceito, medo, amor… parece que estou a recuar no tempo e a ouvir “guerra, fome, peste negra” – a guerra trazia a devastação dos campos e de barriga vazia os povos sucumbiam à peste.
Claro que por alturas de chegar à porta de casa já ia eu num tal emaranhado de pensamentos que tive de recorrer a “ajuda profissional”:
Preconceito – s.m., conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou

razoável; prejuizo; superstição.*
«No amor não há medo, mas o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo

exerce uma restrição. Deveras, quem está em medo não tem sido aperfeiçoado no amor.»**

E, qual experiência de laboratório, arrisquei mudar uma variável a ver se a resposta ficaria (mais) clara:
No amor não há medo, mas o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo exerce um

prejuizo/preconceito. Deveras, quem está em medo não tem sido aperfeiçoado no amor.

Fiquei triste.
Pensei que, se calhar, a L. não ama o suficiente; pensei que, se calhar, “alguém” não amou.
Percebi que, afinal, nas relações o preconceito não diz respeito a um conceito, mas sim à ausência de amor. Percebi que, afinal, há post-it que são o último recurso de quem tentou dizer-nos és especial, mas eu não te amo.

Sem preconceitos, eu amo-o.

S.Star

* Dicionário da Língua Portuguesa.
**
1 João4:18

4 Comments:

Blogger Always said...

"No amor não há medo, mas o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo exerce uma restrição. Deveras, quem está em medo não tem sido aperfeiçoado no amor." (1 João 4:18)

- Tens a certeza?

Procurei na bíblia seguindo a referência que indicas mas não encontrei o mesmo texto. Elucida-me, por favor.

9/10/06 01:36  
Blogger Always said...

Deixa estar, procurei na net e encontrei.

Beijos,

AB

9/10/06 14:57  
Blogger Always said...

E a propósito de medo...

O pior medo é aquele que sentimos de nós mesmos. Há quem viva escondido a vida inteira porque é preferível viver uma mentira confortável do que enfrentar demónios interiores.

A solidão interior é uma consequência do medo. O amor só é possível em liberdade da alma, em total ausência de medo, porque o medo causa tormento e o amor é dádiva e não castigo.

Mas quem sou eu para falar de amor?...

AB

9/10/06 15:14  
Blogger Sandra Marques Augusto said...

Miss Always

Claro que o pior medo é aquele que sentimos de nós mesmos, daí que o combate a esse medo seja prioritário para Deus. Daí que eu arrisque que o preconceito e a tendência que a maioria das pessoas tem para levar uma vida "desgraçada" mais não seja do que um medo-de-porporções-sem-igual: medo de tomar a decisão de ser feliz, mesmo que essa felicidade seja apenas dar um peido (ahahahah)!!!!

S.Star

15/10/06 22:57  

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