Carta ao Peixe/ Writing to Mr.Fish

«Deus não nos deu um espírito de cobardia, mas um espírito de poder, de amor e de bom juizo.» «For God hath not given us the spirit of fear; but of power, and of love, and of a sound mind.»

Sunday 23 July 2006

Olé!

(em “reciclagem estrutural”…)

Peixinho-meu,

Já se deu conta de que passa-se a vida à espera de uma mudança radical na vida?
De repente, uma fada-madrinha com uma varinha de condão diz abracadábra e o quotidiano sem graça-e-sem-sentido passa a ter cores e todos os problemas são, pimpampum, resolvidos.
Claro que tudo isto aconteceria sem qualquer esforço, deseja a maioria das pessoas, porque acredita-se que já basta o penar diário da vida, viver para trabalhar e trabalhar para pagar as contas.
Crescemos e vivemos confrontados diariamente com este paradigma da vida – fazer cara-feia à vida cada vez que a vida prega uma partida, a sair de casa para o trabalho qual condenado arrastando uma bola de ferro presa ao pé, a cuidar da casa e da família como Jesus carregou a cruz até ao Calvário, e deitar com um dorme-bem-até-amanhã-se-Deus-quiser.
Se Deus quiser?? (é verdade, ponto de interrogação duplo, como o whisky)
Caramba!, então Deus deu-nos o livre-arbítrio e o melhor uso que se faz da vontade própria é deixar que outros decidam por nós?
Eu cá sempre gostei de decidir por mim… e nunca ia deixar que uma espertalhona duma fada-madrinha me batesse na cabeça com a varinha de condão, zás-pás (violência doméstica) para me enfiar num vestido com mangas de balão (piroso q.b.) e calçar sapatos de vidro (provavelmente made-in-china) que aleijam os pés e não resistem às exigências duma mulher moderna! E tudo isto, coche e cocheiros incluídos, com uma garantia máxima de um dia (violação dos direitos do consumidor)!!!
Claro que tomar decisões é algo que implica reflexão, ponderação e responsabilização – e é sempre mais fácil culpar outrém pelos erros do que assumir, peito aberto à crítica, que se é humano.
Mas, a perfeição do Homem só existe quando se aceita o desafio de pegar a vida pelos cornos (obrigada, Beatriz Costa) – e o segredo da vida é que se a pega não for de frente, então será de sernelha!

Olé!
(o touro caiu, rodo a capa, atire-me rosas vermelhas!)

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