Querido Peixe,

Agora que o tempo melhorou e bastante, fazendo jus à primavera e a Junho, torna-se mais suportável estar no emprego, torna-se mais suportável a viagem no autocarro 750 "Gare do Oriente - Algés".

Nada mudou, só mesmo o tempo: o veículo continua a ter uns degraus enormes e muito difíceis de subir (ainda não percebi por que motivo reservaram os bancos a «(...) deficientes (...)» se não há perneta ou aleijadinho como eu que entre naquele autocarro sem esforço herculeico); a viagem faz-se aos tombos por terras de índios-e-cowboys, na companhia de índios que adoram música alta e comboys que disparam primeiro e nunca perguntam.

Lá diz o provérbio se não podes vencê-los junta-te a eles, mas eu cá juntar-me é que não.

Aos "índios-e-comboys" nunca foi brincadeira de que gostasse, preferíamos os "polícias-e-ladrões" (que para o efeito até seria mais apropriada).

Afinal, vivemos numa guerra e foi-me dada uma armadura.

Vou usá-la, sempre.

E confiar em Deus.

Com a couraça da Justiça,

com o cinto da Verdade,

com as botas das boas novas da Paz,

numa mão o escudo da Fé

e na outra a espada da Palavra,

orando em espírito a todo o tempo

por si, por mim, por todos

no nome de Jesus,

Sua,

S.Star